O Populismo em Voga
Por Luiz Henrique Pacheco
“Brasil, o país do futuro” foi o slogan ufanista do governo Vargas, slogan esse reformado no “50 anos em 5” de JK e repaginado no mote “ilha de prosperidade no mar de turbulência” de Geisel. Muito curioso. Todas essas frases espirituosas elevavam a confiança dos brasileiros e previam dias melhores para todos. Aquele futuro nunca chegou, a conta dos 50 anos em 5 foi apresentada alguns anos depois numa inflação cavalar e a ilha de prosperidade experimentou o reverso da fortuna.
Frases assim é sintoma de um modelo de governo muito peculiar de nosso sistema político: o populismo. A palavra pode parecer fora de moda, ou termo da oposição para atacar a popularidade do último presidente. Mas não existe termo mais correto para definir esses últimos oito anos. Em particular, o populismo econômico é caracterizado quando o país gasta mais que arrecada (déficit fiscal) e/ou tem déficit grande na conta corrente do balanço de pagamentos sem correlato crescimento econômico. Veja os dados:
Há uma queda no resultado primário do governo conjunta com o aumento do déficit de conta corrente, o que é um indicativo de medidas populistas.
Fica um alerta. O populismo econômico pode ter relação com crises econômicas porque está baseado em um distributivismo ingênuo e na indisciplina fiscal, e acredita que a distribuição de renda pode ser alcançada através de programas sociais e aumento de salários, medida que provoca déficit público e crise fiscal. Tentam melhorar a situação dos trabalhadores no curto prazo tendo em vista o ciclo político, como o que está ocorrendo com a proposta de aumento do salário mínimo acima da produtividade.