Tim tim
Por Adriano Dutra Teixeira

“Nós temos esse cuidado em agregar valor antes de exportar. E não passar a achar que é absolutamante natural que a gente exporte só produtos básicos.”, presidenta na China.
Como países ricos ficaram ricos e por que países pobres continuam pobres? Sim, é a estrutura econômica. Já nos escritos dos pais fundadores da Economia como Smith, Ricardo e Malthus se encontravam referências a respeito das razões pelas quais alguns países conseguiram emplacar o crescimento. Mais recentemente, os modelos de crescimento de Solow e os modelos endógenos de crescimento de alguma forma resolvem a questão do porquê alguns países alcançaram um crescimento sustentado enquanto outros não puderam fazê-lo. Ainda falta, entretanto, explicar as diferenças entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, e mais, esclarecer por que tantos países do mundo incluindo Brasil e China estão presos em armadilhas ao desenvolvimento.
Um novo artigo de Felipe, Kumar e Abdon, do Banco de Desenvolvimento Asiático, traz uma contribuição empírica para as armadilhas que muitos países enfrentam para se desenvolver. O trabalho olhou para as características das cestas de exportação de 154 países. Classificou os países de acordo com a sofisticação (medida pelo índice de rendimento dos produtos exportados) e conectividade das exportações (uma cesta de exportação bem conectada é aquela que permite um salto fácil para outros potenciais produtos de exportação).
Vejamos alguns dos resultados.
Brasil e China estão entre os países que estão numa chamada armadilha da renda média, são países “high core” – países que possuem vantagem comparativa em mais de 30% de seus produtos exportados – mas que exportam produtos pouco sofisticados e de pouca conectividade. Aí está o pulo do gato que nos distancia de países ricos.
O argumento aqui usado é que países ricos tornaram-se ricos porque aprenderam a exportar os produtos certos: produtos com alta sofisticação e ligação, como maquinaria e produtos químicos. Para isso, esses países tiveram de acumular habilidades necessárias para dominar tais commodities enriquecedoras. A diversificação das exportações exigiu aventurar em novas atividades que envolvam externalidades de informação e coordenação. Os autores do artigo lembram que este foi um processo que em alguns casos começou na Idade Média e foi apoiado por um conjunto de ações de política de industrial, muitas das quais seriam inclusive ilegais hoje.
Historicamente, foi impossível um país se desenvolver sem a criação de um setor industrial e um setor de serviços avançados. Da mesma forma, historicamente, nenhum país tornou-se rico sem intervenções governamentais explícitas em direção à política industrial. De fato, tim tim importante esse.
Maravilha ver pesquisa e realidade andando juntas. Amo isso. Na minha opinião a presidente acertou o tom na visita na china. As frases da presidente são sempre muito confusas, mas deu pra pegar a intençao..
Tambem gostei, pra mim o melhor de tudo é ligaar atualidade com teoria economica. Faço Economia (2o ano).
Concordo Vall! Achei que era só eu q achava que a Dilma não consegue terminar uma frase.
Abração
Legal Paulo, conto com a sua participação de estudante da área então.
Abraço
Adriano.
Val, que bom, procuro fazer isso sempre que possível.
Abraço!
Adriano.
Existem teorias de desenvolvimento econômico que podem ser encaixadas de maneira interessante nessa analise, por exemplo, a “Teoria do Desenvolvimento por Etapas”.
Gostei muito do post.
Parabéns equipe do Prosa.
Valeu João, sim existem. Em geral, pesquisas nessa área costumam sugerir uma política industrial agressiva que leve à rápida acumulação de capacidade relevantes juntamente com uma intervenção governamental significativa.
Abraço!
Adriano.