Globalização Financeira – bom ou ruim? A postura Liberal Ortodoxa
A Globalização gera discussões em variados aspectos. Na economia os temas mais discutidos são a Instabilidade nos mercados financeiros e a Desigualdade entre países.
Discutirei hoje e nas próximas semanas o que pensam as principais escolas econômicas sobre o assunto. Começando com a postura Liberal Ortodoxa (Mainstream):
Os liberais defendem a gloriosa mão invisível de Smith, a lei de Say e a Teoria Quantitativa da Moeda. Traduzindo para os não Economistas: que cada indivíduo puxando a sardinha para o seu lado é o mais eficiente, que a oferta cria sua própria demanda (palavras de Keynes definindo a Lei de Say) e que expansões monetárias só tem como efeito permanente a inflação.
Resumindo, para os liberais a melhor coisa que os governos têm a fazer é não atrapalhar. Isso nos leva à óbvia conclusão que esse grupo é a favor da Globalização Financeira, caracterizada pelo movimento livre de capitais entre países.
O grupo dos Liberais é composto pelos Novos Clássicos (radicalmente liberais), Neoclássicos e Novos Keynesianos (ambos admitem um pouco de intervenção estatal).
Para os liberais a Instabilidade no mercado financeiro é atribuída a fatores exógenos, por exemplo, qualquer ação do governo, catástrofes naturais, ciclos transitórios ocasionados por mudanças tecnológicas etc.
Já a Desigualdade, é vista como amenizada com a Globalização, pois os juros mais altos dos países em desenvolvimento refletiriam a maior produtividade marginal do capital – vinda de mais oportunidades aliadas a menos quantidade capital – tornaria os países desenvolvidos em superavitários em poupança e esta seria atraída para investimento nos países em desenvolvimento atrás da alta rentabilidade. (lembrando que os ortodoxos assumem que a poupança sempre antecede o investimento)
Dentro desta linha de pensamento, as crises e bolhas sempre foram atribuídas a fatores exógenos, mas mais recentemente estão sendo atribuídas a uma violação de uma das premissas do modelo, que é a irracionalidade dos agentes, que tem como exemplo mais famoso o “efeito manada”. Isso é visto ainda com muito ceticismo pelos críticos, pois são “achismos”, isto é, não estão ainda fundamentados teoricamente.
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