O fracasso anunciado da Rio+20
No próximo ano, o Rio de Janeiro irá sediar a Rio +20, conferência mundial sobre meio ambiente, e que tentará retomar a discussão acerca de questões-chave sobre o meio ambiente, como o aquecimento global e o crescimento da poluição em meios urbanos etc. Porém, a pouco menos de um ano para o evento, não há quaisquer esperanças de que ele representará algo de marcante na história da ciência ambiental e de que ele trará resultados positivos.
Para provar este ponto, observa-se que a própria sede do evento acaba de aprovar no Congresso Nacional uma reforma do Código Florestal que apenas contribui negativamente para a proteção de biomas e para a mitigação das emissões de carbono. O novo Código Florestal brasileiro permite o aumento do desmatamento no país, e o resultado disso não só resultará no aumento das emissões de gases estufa pelo país, mas também na diminuição da segurança da população. Dados da Defesa Civil brasileira revelam que o número de afetados por enchentes e outros desastres ambientais são de mais de 2 milhões e 500 mil habitantes apenas para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais e Paraná. Estes desastres podem ser evitados pela manutenção ambiental das áreas de preservação permanente, o que pela nova proposta do Código não ocorre, já que há medidas para diminuir o efetivo destas áreas.
Assim sendo, o Brasil chega no evento – em que é sede – com a imagem manchada. E, se o próprio país sede caminha contrariamente ao evento, como que haverá avanços?
Outros países em que a discussão ambiental é prioridade também não irão com as melhores perspectivas para o evento. A Europa, continente em que a discussão ambiental está em estágios mais avançados no mundo, vive uma crise financeira de proporções jamais vista. Dessa maneira, é impossível crer que qualquer medida que exija despesas estatais por parte da União Européia será aceita.
Por esses motivos, a perspectiva de que a Rio +20 será um fracasso é grande, e isso apenas abala ainda mais o meio ambiente.