Embraer X Hawker Beechcraft, mais um capítulo da disputa por mercado

Na última semana, ganhou destaque na imprensa nacional a apelação da empresa Hawker Beechcraft contra a venda de 20 aviões fabricados pela Embraer à Força Aérea dos Estados Unidos. Este é mais um capítulo da novela comércio mundial.

No primeiro ano de faculdade, nas aulas de Introdução à Economia, aprendemos com o Mankiw (naquela época eu era feliz e não sabia) que o comércio pode ser bom para todos. Mas, se é assim, por que episódios como esse acontecem?

A resposta vem em Economia Internacional, com o Krugman. Embora, de um modo geral, os ganhos com a integração superem as perdas, haverá grupos nacionais que sairão no prejuízo. E estes que têm poder, são mais centralizados e, com isso, conseguem fazer bastante barulho.

Os governantes ficam no meio desse cabo de guerra. Segundo a teoria econômica, a melhor opção para eles (e para a economia nacional como um todo) seria a abertura econômica. No entanto, politicamente pensando, em última instância são esses grupos que financiam parte substancial das campanhas eleitorais e as manifestações desfavoráveis por eles emitidas podem influenciar negativamente o pleito. Ou seja, se maximizar a quantidade de votos for preferível ao bem-estar da nação, políticas protecionistas serão escolhidas.

A partir daí começam a surgir formas cada vez mais criativas de protecionismo. São barreiras burocráticas, sanitárias (muitas vezes absurdas) e restrições referentes ao uso de conteúdo local, isso sem contar as tradicionais cotas de importação, tarifas e subsídios.

Episódios como Embraer X Hawker Beechcraft ainda deverão se repetir por muito tempo. Agora é aguardar as cenas dos próximos capítulos.