Contra a crise, vale tudo?
Para se ter uma ideia do quanto a Espanha ficou endividada durante a última crise internacional, em quatro anos, a dívida líquida espanhola pulou de 27% do PIB em 2007 para 56% em 2011. A coisa está tão feia que há pouco tempo foi noticiado (link aqui) que as crianças da Espanha estão sendo reguladas até no consumo de papel higiênico na escola. A atitude, explicam os educadores, é para pagar os juros da dívida do país.
Medidas de austeridade fiscal extremas como esta, valem?
Parece que o governo espanhol não quer nem saber se há ou não escrúpulos nas decisões tomadas frente à crise. Agora, vem sendo veiculado na imprensa internacional (link aqui) que Rasquera, “vilarejo na região da Catalunha, Espanha, incluiu no seu Plano de Ação Municipal Anticrise 2012 a proposta de alugar terrenos públicos para plantação de Cannabis, da qual se produz a maconha”.
Segundo a notícia, a proposta tem tudo para ser aprovada pois tanto o prefeito quanto a oposição são favoráveis à medida. A cidade tem uma dívida de 1,3 milhão de euros e, com o aluguel dos terrenos, receberia 550 mil por ano e mais 36 mil no ato de assinatura do convênio. Então, em dois anos, a dívida seria praticamente quitada. Além disso, a equipe administrativa do município estima que o projeto deva gerar em torno de 50 empregos diretos e indiretos.
Tenho a ligeira impressão que esqueceram de mensurar os novos números de viciados diretos e indiretos. Custos de oportunidade e externalidades também são conceitos bem importantes aqui.
Só não vale
Dançar homem com homem
Nem mulher com mulher,
O resto vale