Uma voz do além disse: “Não discriminai-vos sem critério”
Trata-se da discriminação de preços mais romântica já vista.
Meu amigo ribeirão-pretano Felipe Sant’Anna me enviou um email comentando de um curioso caso de discriminação de preços na tradicional Sorveteria do Jô. Ainda enquanto estava em Ribeirão, fui até a sorveteria verificar o veredicto. A foto está ao lado.
Vamos resumir isso:
1 sabor – R$ 1,25
2 sabores – R$ 2,50
3 sabores – R$ 5,30
A pergunta é: o que explica o preço de 3 sabores? Esta foi exatamente a pergunta que fiz à mocinha que fica no caixa. Ela não soube responder. “Quem compra o copão ganha esse sapatinho pendurado de brinde?”, perguntei. A resposta foi negativa.
Repare que os copos de 2 e 3 sabores são apenas marginalmente maiores do que o de 1 sabor. O preço do copo de 3 sabores é mais do que quatro vezes mais caro e deve vir no máximo com o dobro de sorvete do primeiro copo. Estaria a empresa enfrentando deseconomias de escala? Seria esta uma forma de punir os gordinhos evitando que consumam demais?
Na verdade, é bem pouco provável. Era para ser uma discriminação de preços de segundo grau – caso que o consumidor autoseleciona a quantidade que lhe é conveniente -, mas, neste tipo de discriminação, costuma-se cobrar um preço mais barato à medida que aumenta a quantidade consumida, o que não é o caso. O consumidor esperto logo verá que compensa pedir 3 copos de 1 sabor do que um 1 copo de três sabores. Trata-se, portanto, de uma discriminação ineficaz.
Antes de tirar qualquer conclusão precipitada eu conversei com meu professor de micro aqui do curso, que também ficou bem intrigado com o caso. Para ele, pode ser um fator de oferta ou um fator de demanda que explique esta fixação de preços. Ele disse que talvez o ofertante tenha observado que casais de namorados preferem consumir juntinhos num mesmo copo e resolveu então cobrar um preço mais caro para este copo. Será? Ainda acho mais provável que a calculadora tenha pifado na hora que o Jô fazia a conta.
Excelente post, muito divertida a forma como foi exposta. Uma hipótese interessante pode estar no fato de o Sr. Jô ter realizado uma pesquisa de mercado e traçado o perfil de seus consumidores como sendo pessoas com alta probabilidade de errarem as contas, ou seja, pode ser que a grande maioria dos clientes dele sejam crianças entre 2 e 5 anos por exemplo ainda sem muito raciocínio matemático ou financeiro. Outra hipótese pode estar no nível de escolaridade dos consumidores do local. Enfim fora os motivos vale ao final de tudo um bom e sonoro riso heehehehehehehehehe
Acredito que o problema deve estar no nível de escolaridade do Sr. Jô, ou ele percebeu que levava sempre prejuízo ao vender três (sabores) pois a quantidade de cada ultrapassava a quantidade quando vendia um ou dois sabores. De qualquer forma, a instrução do Sr. Jô pesou na hora dele fixar esses preços. rsrsrsr
A firma trocou o 3 pelo 5. E a moça que confirmou o valor não deve estar nem um pouco comprometida com os interesses da firma, muito menos se a discriminação de segundo grau estabelecida é eficaz ou ineficaz.
Beijo do Gordo!
Verdade, se fosse 3,50 faria muito mais sentido!
Alguém trocou os algarismos hahaha
Geralmente, quando vou ao Jô, a sorveteria está cheia, e a fila bem grande. Se adicionarmos um preço por pegar a fila, 2 reais por exemplo, ainda não obtemos uma lógica razoável, pois o consumidor teria muito incentivo para pegar o de 2 sabores ainda. Diferencial também não é… Será que existe algum estudo que indica que o contato com a glicose do sorvete altera funções matemáticas?
Se não trocou os números, o que seria plausível, tendo em vista que há um tênis próximo a alimentos – significando realmente total desatenção com o ambiente, imagino que as casquinhas sejam caseiras e tenham validade, por isso estaria desprestigiando o copão (sem casquinha) com um preço que poucas pessoas que frequentam a sorveteria (não esqueça, que tem um tênis exposto) comprariam.