Há vida além dos indicadores econômicos
Com o objetivo de captar além do que mostram dados como o PIB, desemprego e inflação, a OCDE divulgou recentemente o “Better Life Index”, indicador que permite comparar a situação dos 34 países membros da organização, mais Brasil (dados aqui) e Rússia, em 11 tópicos.
Classificados como essenciais para o bem-estar em termos de condições materiais e qualidade de vida, há um retrato sucinto de como a população dessas nações está quanto à habitação, renda, emprego, vida social, educação, meio ambiente, governança, saúde, satisfação com a vida, segurança e equilíbrio entre trabalho-atividades pessoais.
De um modo geral, o Brasil está na metade inferior quando levados em consideração todos esses indicadores (veja gráfico abaixo da The Economist). No cômputo geral, estamos na 31ª colocação de 36 países (à frente de Rússia, Chile, México e Turquia). O desempenho do país é um pouco melhor em quesitos como qualidade das interações sociais, meio ambiente, grau de satisfação dos cidadãos e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
No entanto, quando o assunto é saúde financeira, educação e segurança, se não estamos na lanterna, estamos bem próximos dela. Para citar alguns exemplos, nossos estudantes com 15 anos de idade são os que possuem, em média, pior desempenho em leitura; temos a maior taxa de homicídios e a segunda maior estatística de assaltos entre os países avaliados.
Com base nesses resultados é possível constatar que, quando comparado a países mais desenvolvidos, o Brasil ainda terá um longo caminho a percorrer, mesmo quando os indicadores não se restringem à área econômica.