Sherlock Holmes e o PIB
A economia brasileira, que passou por um período de forte crescimento, mostra sinais claros de desaceleração da atividade produtiva. O resultado medíocre do crescimento do PIB, em 0,6%, para o terceiro trimestre só vem a corroborar essa tese.
O crescimento vultoso atingido pela economia durante o governo Lula é em grande parte explicado pela elevada expansão do crédito, que permitiu com que setores como construção civil, comércio e intermediação financeira puxassem a elevação do PIB. No entanto, a fórmula do crescimento puxado pela demanda parece ter se esgotado, na medida em que, a economia atingiu seu pleno emprego. Como se demonstra, nesse artigo publicado no Valor, as medidas tomadas pelo governo no intuito de aquecer a economia estão precipitadas, pois se baseiam em um diagnóstico errado da desaceleração do crescimento, ou seja, da insuficiência da demanda.
Outra possibilidade para o fraco desempenho de nossa economia seria o cenário externo, no entanto, o que se verifica é um forte crescimento dos países da América Latina. Ou seja, o cenário externo não explica o nosso PIBinho. Então, como dizia Sherlock Holmes, “quando você elimina o impossível, o que restar, não importa o quão improvável, deve ser a verdade” e o que resta é a oferta. O problema do Brasil é a produtividade, e essa só pode ser elevada com investimento em capital humano, instituições estáveis, abertura comercial, melhoria da infraestrutura. Acho que a nossa presidenta deveria ler Sherlock Holmes para saber no que focar em sua agenda de política econômica.

Imagem: InfoEscola
O resultado do PIB fez até a The Economist se manifestar: “Se ela deseja um segundo mandato, Dilma Rousseff deveria arrumar uma nova equipe econômica.”
http://www.economist.com/news/leaders/21567942-if-she-wants-second-term-dilma-rousseff-should-get-new-economic-team-breakdown-trust
No final do texto a revista é ainda mais clara: “Dilma deve demitir Mantega, cujas previsões demasiado otimistas perderam a confiança dos investidores, e nomear uma nova equipe capaz de recuperar a confiança dos negócios.”
Não acredito q o resultado fraco do PIB seja a razão da The Economist se prestar ao papel de pedir a cabeça de ministro do Brasil. Tratando de imprensa acho sempre válido pensar um pouco além do pq o interesse de publicar determinadas matérias.
Acho q os leitores e anunciantes da The Economist (maioria de estrangeiros ligados a finanças) estão mt mais putos com a perda de rentabilidade dos seus investimentos (baixos juros reais, queda de lucro das elétricas e Petrobrás) no Brasil do que com o PIB fraco.
Em suma, a The economist tá cagando para desenvolvimento do Brasil, está preocupada com os interesses de quem a sustenta e esses estão preocupados com seus investimentos. Usa o PIB fraco para pressionar agora.
O problema é: Quem poderia ocupar o lugar do Mantega?
Bem, há quem diga que o Tombini está entre os mais cotados. O que não seria nenhuma surpresa, nessa gestão independência do BC nunca existiu, Fazenda e BC conviveram alinhados. A questão é: surtiria algum efeito?
Também falam do Nelson Barbosa…
Presidenta foi rápida no gatilho….
Acabou de sair: “Dilma reage à The Economist sobre demitir Mantega”
http://www.jb.com.br/economia/noticias/2012/12/07/dilma-reage-a-the-economist-sobre-demitir-mantega/
Crescimento medíocre foi bondade da sua parte, pelo menos em relação à America Latina. E a ‘The Economist’ errou. Deveriam incluir também, na barca, o patético Fernando Pimentel.
O trio – Mantega, Tombini e Pimentel + Nersinho não deveriam estar nem cotados para a Fazenda, pois também são responsáveis pelo pibinho!
Qual o indicador de demanda agregada que você está usando para dizer que ela está em nivel adequado?
Por que de acordo com o melhor indicador de demanda agregada que eu conheço, o PIB nominal, a demanda está abaixo do que deveria.
A taxa de desemprego do Brasil está baixíssima, sinal de que a economia atingiu seu pleno emprego. Na mesma medida a inflação não mostra sinais de queda, pelo contrário, de alto. Caso houvesse insuficiência de demanda, a dinâmica dos preços não seria essa.
A retórica da produtividade é sempre válida (e deve ser repetida enquanto mantra), afinal até mesmo pensando sustentabilidade ambiental o desafío é produzir mais com menos. Só aconselho a não se meter em tentar medir isso.
Guiar politica econômica por qualquer indicador agregado estátisico de produtividade é uma imbecilidade.
1. Os problemas teóricos e metodológicos inviabilizam a confiabilidade da PTF enquanto guia de política.
2. Aumentar a Produtividade do Trabalho é intrinsicamente reduzir L (emprego). A Década de 90 e abertura comercial ocorreu isso. A história mostrou q o aumento da “produtividade” sacrificando o emprego também não levou a lugar nenhum.
Em linha gerais estou de acordo com o governo, q ao meu ver trabalha com 2 metas (bandas): a) inflação, b) emprego. Que é a revindicação de 2 principais classes: Rentistas e Trabalhadores.
E correndo atrás de aplacar (ainda que com alguma distorçao e ineficiência) alguns dos principais componentes do elevado custo brasil: Crédito, Energia e transportes. Falta umq proposta para diminuir a burocracia.
Terminando só com uma provocação para reflexão, a desaceleração do crescimento do Brasil estar mais correlacionado com os países desenvolvidos e BRICS não poderia indicar que estamos finalmente mais próximos e mais diversificadamente integrados com esses países do que com nossos vizinhos sul-amercianos primario exportador.Não poderia enfim ser o tão almejado desenvolvimento, rsrsrsrs. Talvez não em termos pauta exportadora, mas em termos de composição do PIB?